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Um tom de inverno. Cap 2 (Sing for me, baby.)

Plagios serão denunciados

Jean-Claude
            -Que tal agora? –Falei enquanto abaixada as paredes que escondiam meu poder. Pude ver seus olhos se transformarem de medo para raiva, uma raiva que me deixou muito orgulho de mim mesmo.
            -O que outro alfa faz aqui? Esse é o meu território. –Rosnou a garota chamada Sky para mim.
            -Território do seu pai. Não se esqueça. –Retruquei calmamente. Sky rosnou para mim e virou o rosto para o vampiro atrás dela.

            -Va para a sala Thiago, conversamos depois. –Sky estava agora com um semblante realmente calmo e pacifico. Essa garota era exatamente o que seu pai tinha dito, sentimentos um pouco voláteis e incrivelmente linda.
            -Faça o que ela disse Thiago, essa conversa é para adultos. –Falei em um tom sarcástico, não pude conter um grande sorriso em meu rosto quando o seu ficou em branco. Thiago jogou todo seu poder para cima de mim, eu não estava conseguindo respirar, agarrei minha garganta e cai de quatro no chão.
            -Thiago! Pare com isso. Ele não é inimigo. –Sky quase gritou para ele. Não entendo porque ela estava me protegendo. A súbita lufada de poder acabou repentinamente, finalmente eu conseguia respirar. Ele não era apenas um vampirinho, ele era muito forte.
            -Jean-Claude, lhe apresento Thiago Knight. Filho legitimo de Caim, o vampiro rei. –Falou a Banshee ao meu lado. Ótimo, agora sou inimigo do filho do vampiro original. Lindo, perfeito. Meu dia já começou ótimo.  
Sky
      -Como é que é? –Olhei do Thiago até a diretora boquiaberta ainda tentando reter as informações que acabei de receber. Como assim ele era filho de Caim? Nunca ouvi falar de um herdeiro legitimo do trono, achei que ele tinha conseguido porque era poderoso, velho e tudo mais.
            -Não fique tão chocada, pouquíssimas pessoas sabem sobre a linhagem de Thiago. –Falou sem Blake num tom desinibido de qualquer sentimento.
            -Você é, tipo assim, o único da linhagem real? –Questionei ele.
            -É, acho que sim. Nunca ouvi mais nada sobre meu pai, e nem sei se tenho irmãos legítimos. Mas agora precisamos ir, estamos atrasados para a aula. Mais tarde resolvemos as coisas Sky. –Thiago deu uma piscadela para mim, ele esbarrou “sem querer” no Leopardo.
            -Sky você deveria ir para a aula também, mas, me encontre no final das aulas no meu escritório. Não esqueça como da última vez. –Ouch, parece que minha querida diretora ainda tem um certo... rancor por eu ter esquecido de ir na sua sala da última vez, só soube mais tarde que ela tinha perdido um encontro por minha causa. Ei, não é minha culpa que ela ficou esperando umas 2 horas por mim, todos sabem que sou muito esquecida.
            -Sim senhora! –Bati uma irônica continência e comecei a ir para a sala.
            -Espere. –Parei com tudo no chão e dei um grande suspiro. Olhei para ela fofamente.
            -Sim...?
            -Leve Jean-Claude para a próxima aula dele. –Porque caralho eu tinha que fazer isso? Sério, olhar esse cara já me deixava irritada e eu odeio ficar irritada.
            Blake falou algumas coisas para Jean-Sei la das quantas e lhe entregou alguns papeis, talvez os horários dele e tudo mais, eu realmente não estava interessada em saber. A Banshee olhou uma última vez para mim e deu um pequeno aceno e foi embora.
            -Ela te entregou os horários e as suas salas?
            -Sim, pegue. –Jean-Não sei o que se aproximou de mim e entregou o papel azul com os horários. Estranhamente parecia que os horários dele eram os mesmo que os meus. Droga, odeio essa diretora.
            -Seus horários são os mesmos que os meus, porque? –Olhei para ele inquisidoramente.
            -Pergunte para a diretora.
            -Olha aqui...
            -Jean-Claude.
            -Posso te chamar só de Jean?
-Pode me chamar do que quiser meu bem. –Acho que eu preferia quando ele estava com todo aquele ódio.
            -Primeiro de tudo, não me chame assim, por favor. E obrigada por me deixar abreviar seu nome, eu realmente sou péssima em lembrar das coisas.
            -Porquê do nada você está sendo doce? Achei que você queria me matar e tudo mais. –Ele olhava para mim desconfiadamente.
            -Eu sou assim normalmente, sinto muito por antes, é que eu não confio em você e não gosto de ter outro leopardo no meu território. –Cruzei minhas mãos em minha frente e falei calmamente, mas, no fundo, eu estava completamente desconfiada dele.
            -Sinto muito, achei que seu pai tinha avisado a você que eu viria. Realmente acho que você deveria conversar com ele sobre isso, eu ainda não sei dos detalhes todos e tudo mais, não irei falar algo sobre que eu não tenho certeza. Espero que entenda. –O modo calmo como ele disse isso me deixou irritada, sério eu realmente preferia quando ele me odiava.
            -Cara, eu preferia quando você estava com raiva de mim. –Sou muito conhecida por dizer o que eu quando e fazer o que eu quero quando eu quero e com quem eu quero. Como eu sempre digo “Isso faz parte do meu charme”.
            -Primeira vez que uma mulher me chamar de cara. –Ele olhou para mim com um sorriso na cara, mas pude sentir um tom de raiva por trás dele. –Eu estou com muita raiva mesmo. Mas não ligo, é natural da nossa espécie, soube do seu pai que você é meio pacifista. É meio inacreditável isso.
            -Sim, eu realmente não gosto muito de machucar as pessoas. Mas pelos meus eu faria qualquer coisa. –Olhei para ele dando um aviso prévio para não mexer com os meus. Jean deu um pequeno aceno, mostrando que entendeu o que eu tinha dito.
            -Vamos logo para a sala, já estávamos realmente muito atrasados. –Comecei a caminhar para a sala sem nem olhar para ver se ele estava me seguindo, mas, eu conseguia escutar os seus passos detrás de mim.
            Parei em frente as gigantes portas de mogno em minha frente, a sala era gigante como todas as outras mas essa estava cheia de instrumentos musicais, caixas de sons, e diversas tranqueiras para personalizar a música. Jean-Claude parou ao meu lado e se virou para mim, sua boca de abriu para falar algo mas eu coloquei meu dedo em frente aos meus lábios mandando-o ficar quieto. As postas se abriram suavemente, revelando o Prof. Marchesini que olhava para mim com um olhar questionativo. Abri a boca para falar mas ele levantou a mão e eu fechei a boca na hora.
            -A diretora Blake acabou de me explicar tudo, sorte a sua Srta. Evans. –Falou Marchesini com um sorriso totalmente falso na cara, retribui com o mesmo sorriso. –Bem vindo a academia Blake Sr....?
            -Lefevre, Jean-Claude Lefevre. –Falou Jean-Claude, eu pude sentir o orgulho borbulhando em cada palavra. Eu já tinha escutado esse nome em algum lugar, só não fazia ideia de onde.
            -Lefevre...—Olhei para o Professor e pude ver que ele engoliu em seco e deu um pequeno passo para traz. –Bem vindo então Sr. Lefevre, meu nome é Yohannes Marchesini e serei seu professor de música, primeiro me diga, você sabe cantar ou tocar algum instrumento?
            -Sei cantar, tocar piano e violão. –Jean-Claude soou um pouco tímido quando falou isso.
             -Você por acaso é tímido…?
            -Um pouco. Mas nada que eu não possa superar.
            -Ótimo. –Yohannes pelo visto tinha gostado dele. –Sky, va até o centro e cante algo, aceite isso como uma “punição” pelo seu atraso.
            -Sério? –Olhei para ele como se estivesse dizendo “Só isso? ”
            -Se você não for agora, você vai cantar vestida de palhaço. –O bruxo olhou para mim com um sorriso psicopata no rosto. –Por favor, não vá.
            -Só para estragar o seu prazer de me ver vestida de palhaço. –Desci as escadarias, ao meu lado ficavam as mesas para as pessoas se sentaram e fazer que merda elas quisessem, realmente eu acho que tinha salas de mais e fizeram a sala de música só para ocupar espaço.         
            Olhei para baixo e vi Thiago com uma guitarra na mão afinando ela, eu subi em uma pequena plataforma que tem no meio da sala para as apresentações, Thiago de virou para mim e ele estava com um pirulito na boca, é incrível o que os cientistas podem fazer a base de sangue hoje em dia.
            -Queria te ver vestida de palhaço hoje. –Ele me deu um sorriso mostrando as presas e ficou mais bonitinho ainda por causa do pirulito.
            -Como sempre, eu amo ser estraga prazeres. –Coloquei ênfase em “amo”. Caminhei até a caixa de som e conectei o cabo do microfone e ajustei melhor o som, olhei para cima e vi que mesmo eu tendo chegado atrasada, as pessoas continuavam a conversar, algumas me olhavam para ver o que eu iria fazer, outras apenas não ligavam, mas todos eles me amavam, eu sabia disso.
            -O que você irá cantar? –O Professor veio até mim e parou na frente da plataforma de madeira que eu estava.
            -Narcissistic Cannibal do Korn.
            -Ótimo, eu sei tocar essa música. –Falou Thiago já com a guitarra posta, enquanto se aproximava.
            -Vamos la então. –Falei animada. Cara, eu amo essa música, na verdade amo várias músicas do Korn. Ajeitei o microfone na minha frente e fiz um teste para ver se o som estava bom, os outros caras, que iriam me ajudar com a música, também testaram os seus instrumentos.
            -Tudo pronto? –Olhei para trás para o baterista, ele se chamava Damian e era um vampiro, ele me deu um aceno e um sorriso. Damian era um cara legal, conversamos pouco mas já podia ver que ele era bem legal. Olhei para Thiago e ele me mandou uma piscadela e um beijinho, olhei para ele tipo “Mas o que? ” Eu apenas balancei a cabeça e deixei para la.
            -1, 2, 3...—E eles começaram a tocar.
Don't wanna be sly and defile you
Desecrate my mind and rely on you
I just wanna break this crown
But it's hard when I'm so run down

And you're so cynical, Narcissistic Cannibal!
Got to bring myself back from the dead!
            Olhei para cima e vi que muitos cantavam junto e balançavam a cabeça na batida da música.

Sometimes, I hate, the life, I made
Everything's wrong every time
Pushing on I can't escape
Everything that comes my way
Is haunting me taking its sweet time

Holding on I'm lost in a haze
Fighting life to the end of my days

Don't wanna be rude but I have to
Nothing's good about the hell you put me through
I just need to look around
See that life that has come unbound

And you're so cynical, Narcissistic Cannibal
Got to bring myself back from the dead

Sometimes, I hate, the life I made
Everything's wrong every time
Pushing on I can't escape
Everything that comes my way
Is haunting me taking its sweet time

Sometimes, I hate, the life I made
Everything's wrong every time
Pushing on I can't escape
Everything that comes my way
Is haunting me taking its sweet time

Holding on I'm lost in a haze
Fighting life to the end of my days

Holding on I'm lost in a haze
Fighting life to the end of my days
            Todos aplaudiram quando terminamos de tocar, me reverenciei para eles agradecendo. Desci da plataforma e caminhei para uma mesa posta no canto com algumas garrafas de água, peguei uma delas e dei um pequeno gole.
            -Muito bem...—O professor Marchesini pegou uma cadeira e colocou ao lado da plataforma e se sentou nela, caminhei até a arquibancada e me sentei ao lado de Jean-Claude, único lugar disponível. –Thiago, sua vez.
            -Mas porquê? –Thiago olhou para o professor totalmente confuso, ele agora mordia o palito do pirulito.
            -Porque você também chegou atrasado. –Falou ele sem qualquer emoção na voz. Thiago soltou um pequeno palavrão e caminhou para o meio da plataforma, eu soltei um pequeno riso, quase inaudível mas ele com sua incrível audição conseguiu escutar e me olhou de cara feia.
            -O que você vai cantar?
            -Sky me diga uma música. –Thiago olhou para mim enquanto esperava a minha resposta. –Uma fácil por favor.
            -Conhece a música Conditions of my parole do Puscifer?
            -Essa música fala sobre jesus, achei que você odiava as coisas relacionadas a religião.
            -A eu odeio, só que amo a voz dele e as partes que ele fala “ Ou uou ou...” o resto que eu não sei falar direito. –As pessoas riram um pouco disso.
            -Conditions of my parole então. –Thiago começou a tocar e a cantar suavemente, cara a voz dele era de dar um tesão, devo admitir, é melhor que a do cara do Puscifer.
Sweet baby Jesus on fire
Ima need a damn lawyer and a miracle
To pull my ass outta this
Devil kept on poking the bull, so I shipped her ass to Mozambique
'Cuz I was over it

Shoulda dumped my gat into the verde
But what if she's a zombie or a dracula
I better hang onto this
Lordy, with my hand upon the bible
Swear I shot the damn devil not a bitch
But the po-po don't give a shit

Lordy, won'tcha show a little mercy
I've been on the straight and narrow
Since the judge and the warden done parole me
Red poison devil kept a poking
So I shipped her ass to Mozambique
Cuz I was over it. Lost my head a bit
Please help me outta this

Goddam judge found me guilty of public toxication
Public urination and parole violation
But CSI just couldn't find the body
To corroborate my bullshit story

Sweet Jesus, don't let the judge release me!
What if she's a zombie or a dracula
And tries to effin eat me?
Devil walked away from a bangin trip to Mozambique.
Help me outta this
Jean-Claude
            -Vocês todos cantam bem ou é impressão minha? –Eu perguntei para Sky depois de mais umas 5 pessoas terem cantado.
            -Alguns são dons, outros fizeram pactos ou apenas ilusão que eles fazem. As ninfas que usam bastante o Glamour, então tome cuidado com eles, não são de confiança. –Sky falou enquanto olhava para mim e de volta ao palco.
            -Você canta muito bem. –Falei sem pensar, mas devo admitir era verdade, sua voz era doce e bonitinha. Ela olhou para mim e deu uma pequena risada, eu não aguentei e retribui com um sorriso.
            -Obrigada. Quando eu vou poder ver você cantar? –Sky olhou para mim com um meio sorriso. Pera um pouco ai... Ela estava dando em cima de mim?
            -Senhor Jean-Claude, por favor vá a frente e cante algo, quero saber se você realmente sabe cantar ou não. –Falou o professor me interrompendo, minhas mãos começaram a suar e minha garganta ficou seca. Olhei para Sky nervosamente, e levantei da cadeira aonde eu estava sentado.
            -Bem, parece que vai ser agora. –Respondi a pergunta anterior que Sky tinha me feito. Desci as escadarias e caminhei até a plataforma e Thiago veio até mim, ele tinha tocado em quase todas as músicas, não acho que seria boa ideia ele me ajudar com a minha.           
            -Qual vai ser a música? –Perguntou ele em um tom meio rouco de raiva.
            -Je Saigne Encore do Kyo.
            -Hunf, vamos ver se você sabe mesmo cantar Lefevre. –Ele olhava para mim desafiadoramente. Soltei um pequeno rosnado para ele, mas parece que não surgiu nenhum efeito, Thiago caminhou até o computador, que estava sobre uma mesa ao lado da plataforma, e foi procurar as cifras da música para me acompanhar.             
            Que droga, eu realmente nem deveria estar aqui nessa escola, eu poderia estar agora no meio das pernas de alguma vadia em Paris, mas não! Eu tinha que estar aqui, em uma escola, aprendendo! Pelo menos eu tinha visto algumas garotas que valiam a pena o meu tempo, mas é claro, apenas na cama, intelectualmente eu nem consideraria sair para conversar, depois que você percebe que a pessoa é idiota, ela meio que, acaba perdendo um pouco do charme.
            -Tudo pronto, só começar a cantar. –Thiago agora tinha voltado com algumas folhas em sua mão com as letras. Andei até a frente o meio do palco bem em frente ao microfone, olhei para cima e muitas pessoas olhavam para mim com um certo interesse. Olhei para trás e acenei com a cabeça para eles começarem a tocar, clareei minha garganta antes de cantar.
Il a le droit de poser ses mains sur ton corps
Il a le droit de respirer ton odeur
Il a même droit aux regards qui le rendent plus fort
Mets-moi la chaleur de ta voix dans le coeur

Et ça fait mal, crois moi, une lame enfoncée loin dans mon âme
Regarde en toi, même pas l'ombre d'une larme
Et je saigne encore, je souris à la mort
Tout ce rouge sur mon corps
Je te blesse dans un dernier effort

Il aime caresser ton visage quand tu t'endors
Et toi tu te permets de dire encore encore
Je sais que ce qui ne tue pas nous rend plus fort
Mais moi, mais moi je suis déjà mort

Ca fait mal, crois moi, une lame enfoncée loin dans mon âme
Regarde en toi, même pas l'ombre d'une larme
Et je saigne encore, je souris à la mort
Tout ce rouge sur mon corps
Je te blesse dans un dernier effort

Mais je saigne encore, je souris à la mort
Mais je saigne encore,
Tout ce rouge sur mon corps
Tout ce rouge sur mon corps
Tout ce rouge sur mon corps
            Algumas pessoas aplaudiram, até mesmo o professor. Eu desci da plataforma e uma ruiva veio falar comigo. Raposa, eu podia perceber pelo pequeno poder que ela exalava, sua raposa ronronava para meu leopardo. Realmente, essa garota parecia não saber no que estava se metendo. Eu abri um meio sorriso quando senti um pequeno temor vindo dela.
            -Ola. –Ronronou a ruiva para mim.
            -Hey. –Respondi sem qual quer interesse na voz. Nunca fui muito fã de raposas.
 Sky
            Incrível, essa vadia ruiva não sabe que não se deve meter com os gatinhos grandes, você pode acabar sendo mordida.
            -Sky, vá comigo na festa esse sábado. –Repetiu Thiago pela segunda vez em 5 segundos, assim que ele guardou a guitarra e veio até mim e perguntou isso e eu obviamente respondi não, mas agora eu sabia que se eu não desse outra resposta, ele perguntaria isso o dia todo. –Vamos Sky, vai ser incrível.
            -Eu já disse que não. –Olhei para ele já aborrecida. Na verdade a ideia parecia tentadora, mas fazer o que né, não curto fodas casuais.
            -Então com quem você vai na festa?
            -Jade, Arya e o Math. E vamos mudar de assunto, eu nem realmente quero ir na festa, acho que vai ser um saco.
            -Tá bem então, o que você sabe sobre o aluno novo?
            -Tipo, eu conheci ele a uns 30 min atrás e você já acha o que? Acha que eu já sei o nome do gato dele e quantos filhotes ele teve? A gente nem conversou direito, não é bom que fiquemos muito perto. –Coloquei meu cotovelo na mesa e apoiei meu queixo em minha mão.
            -Os leopardos se dão tão mal assim?
            -Sério que você não sabe nada sobre leopardos? Você é velho pra caralho, você deveria saber um pouco pelo menos sobre os seres a sua volta.
            -Eu tinha coisas melhores para fazer! –Se defendeu ele.
            -Tipo o que? Ficar com a cabeça no meio das pernas de alguma meretriz? –Falei para ele em um tom irônico e questionativo.
            -Eram damas, não prostitutas. –Falou ele achando que isso resolvia tudo.
            -A claro, faz muita diferença.           --Revirei os olhos para ele. Levantei da cadeira assim que o sinal bateu, mas ao tentar sair pelo lado direito da arquibancada, Thiago, que estava sentado em cima da mesa ao lado, colocou as pernas ao meu redor quando tentei passar por ele. Olhei para ele entediada, soltei um longe suspiro. --Sério? Me solta vai.
            -Me dê um beijo que eu te solto. –Ele se aproximou de mim e começou a fazer biquinho. Olhei ao redor e vi que quase todos os alunos já tinham ido embora, então eu tive uma ideia, claro essa ideia poderia definitivamente me matar depois, mas valeria a pena.     
            -Vem aqui. –Olhei para ele com um sorriso tímido no rosto.
            -Sério? –Ele ficou sério do nada e levantou a sobrancelha.
            -Sim, sério. Primero, feche os olhos.  –Passei a mão de leve em sua face, ele fechou os olhos e se inclinou em direção a minha mão, desci minhas mãos de seu rosto até o seu peito e empurrei bem forte. Thiago abriu os olhos surpresos e caiu com tudo no chão. –Idiota.
            Eu subi correndo as escadarias e soltei uma sonora gargalhada quando escutei seu gemido de dor e uns palavrões muito feitos. O dia já estava acabando, o que me lembrava que eu tinha que ir na sala da diretora no final das aulas, a próxima aula era tipo totalmente descartável, como já se deve imaginar era matemática. Caminhei até a biblioteca, ela chega a dar inveja em qualquer outra, a sala era redonda e tinha 3 andares, no meio ficavam espalhadas alguns sofás e poltronas, ao lado da entrada da biblioteca tinha um pequeno bar com guloseimas e bebidas para se deliciar livremente.
-Hey Jack! –Falei enquanto caminhava até o bar, sentei em uma bancada que ficava em frente a ela. Jack era um aluno que se disponibilizava a ser o garçom na biblioteca, ele sempre foi muito raivoso e amava brigar, mas, quando ele foi colocado para trabalhar aqui, nas vezes que ele foi suspenso, ele percebeu que se acalmava aqui, ninguém podia falar alto e todos se respeitavam, e desde então ele se voluntariava a vir aqui. Muitas vezes quando eu venho a biblioteca, eu esqueço que ainda estou na escola.
-Hey, não deveria estar na aula? –Ele olhou para mim com seus olhos azuis claros, Jack tinha cabelos vermelhos sangue, eu realmente nunca achei que combinava com seus olhos, mas isso não importava, ele era lindo de qualquer jeito.
-Eu tenho uma boa desculpa, era aula de matemática. –Soltei uma leve risada que ele retribuiu.
-Quer algo? –Jack perguntou enquanto secava um copo de vidro.
-Um folhado e um Mocha.
-Resumindo, o de sempre. –Mostrei a língua para ele e caminhei até uma poltrona do papai, muito maior que as normais, me sentei e esperei Jack. A poltrona era de couro preto combinando com os moveis da sala que era em um estilo meio preto e banco com alguns detalhes em dourado, que provavelmente eram ouro. Olhei para a lareira de mármore branco em minha frente, ela sempre ficava acesa mesmo nunca tendo visto alguém acender ela, sempre suspeitei que Jack tinha acendido ela uma vez com seu fogo de fênix e ela nunca tinha apagado. Murmurei um pequeno obrigado quando ele trouxe minha comida e bebida, ele colocou o prato e o copo em cima de uma mesinha de mogno que tinha ao lado. Comi normalmente e fiquei olhando a chama que nunca fraquejava.
O sinal tocou me fazendo pular de susto, o tempo se passou tão rápido, parecia que tinha sido poucos minutos e não mais de 40, acho que eu fiquei tão fixada naquelas labaredas que deixei de perceber o que tinha a minha volta. Eu esperei um pouquinho até que me levantei da poltrona e murmurei um suave adeus para Jack que limpava o balcão, agora o tráfico de pessoas no corredor já tinha sessado um pouco, caminhei pelo comprido corredor das salas. Do lado esquerdo do corredor tem grandes e compridas janelas que dão para um grande lago atrás da escola, as paredes eram totalmente brancas com pequenos adornos em dourado, as portas era de um mogno marrom brilhante. Virei a direita no final do corredor e caminhei até a última porta do corredor onde ficava a sala da diretora, parei em frente a porta e bati de leve que se abriu suavemente revelando a diretora Blake, Jean-Claude e meu pai.
-Pai? Achei que você só viria mês que vem. –Olhei para ele confusa.
-Verdade, mas, eu falei isso mês passado, meu amor. –Ele olhou para mim com um sorrisinho de pena, minha boca se formou um “o”, sério, eu acho que tenho problemas. Meu pai veio até mim e passou o braço ao redor do meu ombro e me abraçou fortemente. –Estava com saudades.
-Eu também estava. –Olhei para ele meio preocupada por causa do seu tom de voz, estava meio triste. –Está tudo bem?
-Precisamos conversar. –Falou ele soando inseguro, meu pai me puxou pela mão e me fez sentar em uma das poltronas de veludo em frente a escrivaninha preta da diretora. –Eu tenho uma má notícia para dar. Jean-Claude sugiro que se sente também.
        -Ok... Agora você realmente me deixou preocupada. –Olhei para ele com a testa franzida, papai fez um gesto para Jean-Claude se sentar na poltrona, eu podia ver pela sua expressão que ele também estava totalmente confuso.

       -Eu conversei com seu pai, e ambos concordamos que para o bem do seu espécime e para nosso futuro. –Falou meu pai a Jean-Claude, ele fez uma breve pausa antes de soltar a bomba. –Vocês deveriam se casar.       
Um tom de inverno. Cap 2 (Sing for me, baby.) Um tom de inverno. Cap 2 (Sing for me, baby.) Reviewed by Pietra K. on 1:21 AM Rating: 5

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